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  • Foto do escritorAndrea Nero

A VIDA PODE SER UM CONTO DE FADAS. "VASALISA E BABA YAGA" - CAPÍTULO 2


Te convido à um encontro entre o mundo das histórias encantadas e o mundo real, que se propõe a despertar o feminino e a liberdade de pensar, falar e agir nas mulheres.


Aqui no capítulo 2, vamos juntas através da jornada de Vasalisa, refletir sobre a nossa própria jornada, nosso propósito e os desafios que nós mulheres enfrentamos ao longo da vida. ( Caso não tenha lido o conto "Vasalisa e Baba Yaga" veja o capítulo 1.)


A cada ponto importante e simbólico do conto vou listar as tarefas psíquicas que a Clarissa Pinkola Estés, nos traz no livro "Mulheres que correm com os lobos" pra este conto.


"Viviam muito felizes sobre os cuidados de uma mãe-boa-demais. Porem um dia a mãe caiu doente"

A morte da mãe-boa-demais. Aprender a deixar o passado e viver o presente.

  • Renascimento para uma vida nova. O "Velho Self"deve morrer para nascer uma nova mulher, o "Novo Self".

  • Deixar morrer o que deve morrer, como valores, atitudes, dogmas, servidão, disponibilidade excessiva.

  • Assumir a realidade de sermos sós e de que somos capazes de enfrentar os perigos e intrigas da vida. "Sou capaz de proteger a mim mesma".

  • Aprender a enfrentar o mundo com "Coragem".

  • Aceitar o fato de que a mãe psíquica protetora, sempre vigilante, não é adequada para ser uma guia para a futura vida instintiva da mulher. Ela nos afasta do instinto.


"A madrastra e suas filhas passaram a abusar da Vasalisa"

A madrasta má entra no mundo de Vasalisa. Missão, "Nos fazer largar o lado excessivamente positivo e que tudo aceita.

  • Madrastra é símbolo da sombra. A nossa ou a do "outro" que sempre tem coisas negativas pra dizer.

  • Alerta, ser sempre boa, gentil, aceitar desaforos, abrir mãos de seus desejos pelos desejos do outro, não fará a vida ser melhor ou mais fácil.

  • Perceber a natureza sombria que todos temos, as nossas e a de quem convive conosco. Aquele lado explorador, ciumento, compulsivo, crítico, perfeccionista, rejeitador do self.

  • Identificar o auto boicote e crenças limitantes. Tipo quando dizem e nos fazem acreditar que, "não sou capaz" ou "não sou suficiente"ou " não vou conseguir.

  • Conhecer quem se aprendeu a ser, pela família e sociedade, e quem se é realmente.

  • Criar o melhor relacionamento possível com as piores partes de si mesma.


"A boneca orienta Vasalisa na travessia da escuridão"

Vasalisa entra sozinha durante a noite na floresta.

  • Entrada na floresta significa se aventurar. Penetrar no desconhecido.

  • Experimentar o novo, que a princípio pode parecer perigoso, mas desperta o poder Intuitivo.

  • Desenvolver a sensibilidade e conexão com o inconsciente e confiar na voz interior.

  • A boneca é a intuição. Ela é que nos ensina o caminho de volta para casa da "Mãe Selvagem" ou "Self".

  • Alimentar a boneca é aprender a nutrir a Intuição, é acreditar em "você". Atividades criativas realizadas com as mãos, são ótimos exercícios de conexão com a intuição .

  • Transferir o poder para a boneca, é dar o controle para sua "Voz interior".


"O Fogo que nunca apaga, que só a Baba Yaga, que mora no meio da floresta, possui".

Encarar a Mulher Selvagem, é se reencontrar com a essência feminina primeva.

  • A mulher sábia/selvagem é a que mantém seu ambiente psíquico organizado. Mantem pensamentos e coração em constante limpeza emocional e psíquica, sem recalques.

  • Reserva um tempo exclusivamente para si, afim de alimentar sua intuição e se dedicar a idéias, projetos, desejos e atividades que lhe dê prazer.

  • Adota o auto cuidado e o auto amor.

  • Acredita em seu poder, capacidade e colocar isso em uso a seu favor.

  • Aprende a encarar o poder dos outros.


Baba Yaga deixou ela entrar, explicou que o fogo era algo precioso e que ela precisaria fazer algumas tarefas para poder leva-lo com ela

Realizar inúmeras tarefas na casa de Baba Yaga, como separar isso daquilo.

  • Vasalisa para a conviver com a Deusa, onde aprende a conviver com a força da psique feminina.

  • Separar os grãos do estrume, é aprender a separar as coisas com discernimento. Separar o que me faz bem e o que não me faz bem.

  • O Milho, é a vida. A semente de papoula, a morte. Aprender a diferenciar algo que te nutre e faz crescer, de algo que te suga ou te poda e não desperdiçar tempo de vida com o que não vale a pena.

  • Lavar as roupas da Yaga, cozinhar para ela, limpar sua casa e separar os alimentos, é o mesmo que organizar sua vida, pensamentos, fazer escolhas e alimentar e criar suas próprias idéias e projetos.

  • Os trabalhos são árduos, solitários e demorados. Leva tempo para limpar e arrumar a psique, purificar os pensamentos e se livrar dos recalques para organizar as ideias e colocar a criatividade para funcionar.


"A menina, a boneca e o fogo que nunca apaga, em meio a escuridão da floresta".

A iluminação. Enxergar o que precisa ser visto.

  • Caveira/Fogo é a chama do conhecimento.

  • É a iluminação de quem volta transformado de uma jornada, com um novo olhar para o todo.

  • Simboliza a mulher que acredita em si e na sua intuição.


"A madrastra e as duas irmãs ficam assustadas com o fogo nas mãos de Vasalisa".

A caveira ficou fitando as três e pouco a pouco as queimou por dentro.

  • Onde há luz não há sombra que possa se esconder. Quando adquirimos segurança e confiança em quem nos tornamos, conseguimos iluminar as sombras e os aspectos negativos, nossos, dos outros e dos acontecimentos do mundo exterior.

  • O fogo queimar a perversa família da madrasta, é a percepção de que nada e ninguém pode nos deter quando nos amamos, confiamos em nossas decisões e escolhas.

  • É o "olhar pra dentro" para se achar as respostas e não mais para fora.

  • Conscientizar-se que você é capaz de se proteger por si mesma.

  • Entender nossos limites e aceitá-los, "não é necessário dar conta de tudo".



O conto Vasalisa e Baba Yaga, é uma jornada que toda mulher em algum momento da vida vai precisar fazer. É a jovem que vai ao encontro da mais velha para se aconselhar. É a jovem querendo virar mulher e entrar para a vida adulta. É se colocar em movimento para que a vida possa fluir. É aceitar desafios impostos pela vida para aprender a lidar com situações diversas, divergentes, assustadoras. Para ao fim, tornar-se mulher.

Como diz Simone de Beauvoir : "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher."

E nada do que foi dito aqui tem nada haver com idade. Porque cada uma sentirá seu chamado para a jornada de torna-se mulher em momento da vida. Algumas mulheres se empoderam de si cedo, outras levam uma vida inteira e ainda há aquelas que nunca se arriscam nessa jornada.


E você já se arriscou a entrar na floresta em meio a escuridão para encontrar sua Mulher Selvagem?

Até o próximo conto.

Te espero!

Namastê

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