Freud e Jung: Sonhos e a Jornada pelo Inconsciente
- Andrea Nero
- 18 de abr.
- 3 min de leitura

Em cada um de nós, há mistérios que se desenrolam em silêncio, como rios subterrâneos moldando paisagens invisíveis. Freud e Jung, dois grandes navegadores da alma humana, abriram caminhos para que pudéssemos tocar essas águas profundas — e reconhecer nelas partes esquecidas de nós mesmos.
Freud: Sonhos e as Raízes da Infância
Freud enxergava o inconsciente como uma casa antiga, cheia de portas e corredores ocultos. Ele nos ensinou que nossos gestos, nossos medos e até nossos sonhos são recados vindos desse território secreto.
Para ele, as experiências da infância — muitas vezes relegadas ao esquecimento — tecem as bases do nosso ser. Olhar para essas memórias com atenção é como iluminar um jardim abandonado, onde crescem flores, mas também, ervas daninhas. Uma visão lúdica da luz e sombras que molda quem somos.
Jung: Chamado para a Jornada Interior
Jung, com sua visão ampla e poética, percebeu que o inconsciente não é apenas pessoal, mas também coletivo. Existe uma tapeçaria ancestral que nos liga uns aos outros — e nela vivem arquétipos; imagens e símbolos universais que habitam nossos sonhos, nossos mitos, nossas histórias mais íntimas.
Para Jung, viver é embarcar no processo de individuação, um retorno a si mesma, onde cada parte negada, cada aspecto oculto, é reconhecido e integrado com amor. É uma caminhada sagrada, onde o reencontro com nossa inteireza acontece passo a passo, silêncio há silêncio em nosso íntimo.
A Arte de Se Redescobrir
As sementes plantadas por Freud e Jung seguem valendo e influenciam na arte, onde símbolos secretos ganham forma; na poesia, onde a alma se desnuda em palavras; nos mitos, que ecoam nos ciclos do nosso próprio caminhar.
Cada imagem, cada história, cada emoção profunda é um convite à uma escuta atenta que nos devolve a nós mesmas.
O Mergulho em Nós
Mergulhar nos ensinamentos desses dois mestres é mais do que estudar teorias, é aceitar o convite para desvelar a própria alma. E um dos caminhos, é aprender a ler os sussurros dos nossos sonhos, a honrar as raízes da nossa história e a caminhar com mais consciência pelos ciclos da vida.
Que possamos, como navegadoras de mundos internos, seguir descendo aos nossos próprios rios subterrâneos — com coragem, delicadeza e reverência.
Essa reflexão, sobre sonhos, profundezas, raizes, histórias, rios subterrâneos, luz e sombra me levou ao mito e ao mundo de Perséfone, que um dia já foi a inocente Koré, até se tornar a guardiã dos mistérios profundos.
Perséfone:
A Guardiã dos Mistérios Profundos

Assim como Perséfone, rainha do submundo, que desceu aos reinos sombrios ao lado de Hades, nossa jornada de autoconhecimento também exige atravessar os portais do invisível.
Muitos veem Perséfone como prisioneira do submundo — mas ela se torna, depois do susto inicial, soberana neste mundo. Sua história nos ensina que, ao tocar as profundezas da nossa psique, também nos tornamos senhoras do que antes nos assustava.

Cada mergulho no inconsciente é uma morte simbólica seguida de renascimento. Uma oportunidade de florescer de dentro para fora, trazendo à superfície novas forças, novos sentidos.
Que a sabedoria de Perséfone, nos inspire a acolher nossas travessias internas — sabendo que, mesmo na escuridão, uma semente de luz pulsa silenciosamente, à espera do tempo certo para germinar.
Que possamos ser guiadas pro Perséfone.
Namatê!
@andreanero
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