top of page
  • Instagram - Black Circle
  • LinkedIn - Black Circle
  • Facebook - Black Circle
  • Black Instagram Icon
  • Pinterest - Black Circle

Entre o sono e o despertar

  • Foto do escritor: Andrea Nero
    Andrea Nero
  • 12 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de out.

Como transformar dor e angustia de sonhos em palavras e imagens poéticas


Eu de frente com meu maior medo
Encarando meu maior pesadelo

O poema que compartilho a seguir nasceu do encontro entre o sono e o despertar — entre a lembrança e a libertação.


Há sonhos que não se vão ao acordar. Eles se instalam em nós, silenciosos, atravessam as décadas e se tornam parte da nossa respiração e nossa memória. Durante muitos anos, tentei esquecer. Até que compreendi — com a ajuda de muita análise e da escrita — que não esquecemos o que nos marcou muito profundamente, porém é possível transformar essa memória e sentimento em algo que é libertador!


Como transformar dor e angustia de sonhos em palavras e imagens poéticas?

Consegui dar corpo ao indizível, e transformei medo e angústia em imagem, dor em palavras, e a necessidade de silêncio, em escrita poética. Não nasceu de um dia para outro, mas de muito esforço pra descrever algo tão subjetivo. O escrever e reescrever até que o que as palavras surjam.


O poema que apresento a seguir nasceu desse processo. É o registro de um sonho que, durante quase toda uma vida, me habitou, ma também é o testemunho de um renascimento: o instante em que a alma encontra coragem para olhar no espelho das próprias sombras e, finalmente, soltar o que precisa ir e respirar em paz.


Freud disse que o sonho é “a estrada real que leva ao inconsciente”. Então, acredito que um sonho que fez seu percurso, ao ser escrito, materializado em palavras que abarcam toda suas dores, angustias, sentidos e memórias, finalmente encontrará descanso. E a alma agradece!


Tudo escuro no silêncio

por Andrea Nero


Fugir pra não encarar o medo
Fugir pra não encarar o medo

Você nãoooooooo 

Me vejo sair correndo

Pra lá e pra cá sem direção 

Apenas um olho aberto

Vasculho o canto dos olhos

Da boca dos ouvidos

Do baço do braço

Tudo escuro no silêncio

Nada e tudo só vazio

Exaustão e medo

Pisco pisco e durmo





De novo me vejo correndo

Imagens de um pavor que me consome
Imagens de um pavor que me consome

Porque será que corro?

Sem sair do lugar

Falta ar e sobra tristeza

De novo o Eu que corre grita

Um rosto de homem

Que rasteja melento 

Com a boca cheia de formiga

Querendo abocanhar as pernas 

Tudo escuro no silêncio

Em vão



Tentativa de olhar para indizível
Tentativa de olhar para indizível

Arregalo os olhos

Estou no meu quarto!

Vejo minha escrivaninha

Meus cadernos revirados

A taça de vinho tombada

Mas a cama, é outra

Tem dossel e cortinas magipack

Enfio o dedo, com força

Aperto puxo até com os dentes

Tento furar vou sufocar

Não rompe, só estica entorta 

Tudo escuro no silêncio

Cadê o Pirata? 

Uma unhada e pronto



Encarando as sombras
Encarando as sombras

Choro baixinho e oro

Sinto o movimento das sombras 

Rastejam seus corpos gosmentos 

Se contorcem abocanhando o próprio rabo

Gritos choros uivos, é ensurdecedor

Tudo pelo escuro no silêncio

Mas as sombras... 

Se divertem nas gargalhadas silenciosas

Exalam o aroma do gozo de ódio 

Se retorcem nos intestinos de prazer 




Olho pra dentro até me reencontrar com o silêncio
Olho pra dentro até me reencontrar com o silêncio

Aglomeradas no topo plastificado

Fião o desprezo

Fuzilam com os olhos

Fodem de línguas bifurcadas 

Fornicam-se com Magipack 

Você nãooooo

Malditas, entranhas não 

Preciso acordarrrrrrrr

(Ou será que é dormir?)

Sem chão socorro infância clemência

Recebo de bom grado a ajuda juro! 

(Cadê o Eu que corre?)

Me encolho olho dentro ouço o canto

Tudo pelo escuro no silêncio...




Meus sonhos costumam ser muito barulhentos e cheios de figuras indecifráveis. Esuros e com poucas cores, E o seus já parou pra prestar a atenção como são? Você é da turma que tem um caderninho na cabeceira pra anotar seus sonhos antes mesmo de levantar? Ou da turma que nem liga para as mensagens simbólicas dos sonhos?



Namastê!

Obs: Todas as imagens foram geradas por mim no Chatgpt, usando como prompts as estrofes do poema mais a minha descrição das cenas de cada estrofe.




Comentários


Cadastre-se

Obrigado pelo envio!

© 2023 por Coisas Encantadoras. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • LinkedIn - Black Circle
bottom of page